Sérgio Conceição: "Para se jogar no FC Porto, não basta ter contrato"

No meio de um período conturbado do FC Porto, com os resultados negativos dos últimos jogos, Sérgio Conceição fez a antevisão à segunda-mão das meias-finais da Taça de Portugal, frente ao Vitória SC. Apesar de estarem em vantagem na eliminatória depois da vitória por 1-0, os dragões tiveram um aviso daquilo que os vitorianos podem fazer, depois de terem vencido o FC Porto para o campeonato.

A conferência ficou marcada pela atualidade desportiva do clube, marcada pelo afastamento de quatro elementos do grupo de trabalho, assim como pelas críticas do técnico aos áudios agora revelados do Estoril-FC Porto, jogo em que o Conselho de Disciplina reconheceu ter havido uma má decisão na anulação de uma grande penalidade a favor dos dragões.

"É mais um jogo entre duas equipas que se conhecem bem. Todos os jogos são diferentes, não só porque os jogadores têm dias diferentes, como poderá haver mudanças. No Vitória SC, infelizmente, o João Mendes não pode estar presente. O Diogo Costa também se magoou. Há situações que mudam, os jogos são diferentes, entre equipas que, estruturalmente, não mudam muito. Na estratégia, haverá nuances para surpreender o adversário. Temos de perceber o que nos causou alguma dificuldade e o que podemos fazer para causar dificuldade. Há esse estudo normal, entre equipas de qualidade e competitivas", começou por dizer no Olival.

Questionado sobre a importância de marcar presença na final do Jamor, Conceição afirmou que este jogo não salva a época, "porque uma equipa como o FC Porto tem de lutar por títulos", relembrando que "nas cinco últimas edições da Taça, foram quatro vezes à Taça".

Quanto ao afastamento de Ivan Jaíme, Toni Martínez, Jorge Sanchéz e André Franco do plantel, o treinador do FC Porto afirmou que "não há questão" e preferiu falar sobre a questão dos aúdios do VAR.

"Eu gostava que me falasse, por exemplo, dos áudios que vieram cá para fora do jogo com o Estoril, do Francisco, mas vão sempre pegar no que pode ser mais apimentado. É um tema que vem na comunicação social, o jogo com o Estoril já passou. Podíamos ter ficado, antes de um dérbi, a quatro pontos do líder, e foi revertido um penálti de forma excessiva, penso que foi a palavra utilizada pelos responsáveis da arbitragem. Mas já passou, não há nada a fazer. O que me espanta é o árbitro, que é o comandante do jogo, estar quase a pedir a bênção do VAR para ser anulado esse penálti. Se olharem para o que foi o áudio, é inacreditável. Já não sei quem manda, se é o árbitro, se é o VAR. Já não sei se é penálti, se não é penálti, quem tem mais poder...".

"Eu posso decidir que estes jogadores fazem um trabalho específico. É isto. Há, para mim, uma coisa muito importante que tem de se dizer. Para se jogar no FC Porto, não basta ter contrato. É muito importante que as pessoas percebam isso. É preciso algo mais. Enquanto for assim, estamos todos de acordo e todos percebem o que quero dizer", concluiu.

The most played games